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DANÇAS TRADICIONAIS NA FESTA DO DIVINO

DANÇAS TRADICIONAIS NA FESTA DO DIVINO

26/05/2023 18h42 | 3641

O pesquisador Diuner Mello escreve sobre as Danças Tradicionais apresentadas na Festa do Divino em Paraty

Dança a Jardineira

Esta é uma dança universal e nos países do hemisfério norte, como Portugal, é uma homenagem à Primavera, que são os meses de Março, Abril e Maio. Por esta razão se apresentava durante a Festa do Divino Espírito Santo.

Nela os pares se apresentam enfeitados com flores e portam arcos floridos. Comemoram o reaparecimento das flores depois do terrível inverno europeu. Lá, os participantes saíam pelas ruas se apresentando e recebendo em troca doces.

Tem uma evolução simples onde os arcos se cruzam, formam um túnel e outros movimentos graciosos.

Tradicionalmente esta dança é dançada por crianças e em Paraty somente se apresenta na Festa do Divino.

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Dança das Fitas

É, também, uma dança universal em homenagem à árvore e à primavera. Comemoram o reflorir das árvores depois do inverno. Quando os portugueses trouxeram para cá a Festa do Divino, com ela vieram as suas danças.

Os dançantes carregam um mastro com largas fitas coloridas e com um buquê de flores em cima. A seguir, os pares pegam uma das fitas e no ritmo da música giram em torno do mastro. Os meninos pela direita e a meninas pela esquerda e assim, alternando a passagem das fitas, fazem um belo tecido geométrico e colorido. Depois, em sentido contrário, destrançam as fitas. Os participantes não podem errar a alternância das fitas, o que às vezes acontece.

Assim como a Jardineira, os dançarinos se apresentavam nas ruas em troca de doces.

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Dança dos Velhos

Esta dança é uma sátira, uma brincadeira com os velhos. Os dançadores vestem-se como velhos, usam peruca branca e bengala.

A dança de divide em três partes. Na primeira, a Marcha de Entrada, os brincantes se apresentam como eles são: curvados, trêmulos, apoiados nas bengalas e fazem simples evoluções. Na segunda parte, O Alegro, eles abandonam as bengalas e se apresentam com gostariam de ser: ágeis, alegres e assanhados. Nesta parte as evoluções são mais bonitas e divertidas. Na terceira parte, o Fadinho, eles se apresentam como deveriam ser: apoiados nas bengalas, não curvados, com um porte elegante e dançam aos pares num grande baile. 

Antigamente era somente dançada por homens, alguns vestidos de mulher. Hoje temos mulheres vestidas de homem. Não se perdeu o espírito da brincadeira.

Hoje é somente dançada em Paraty e em Angra dos Reis, que aprendeu conosco.

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O Marrapaiá

Esta dança, nos seus lugares de origem, é conhecida como Moçambique ou Congada. Aqui recebe o nome de Marrapaiá por causa dos primeiros versos que cantam: “Vamos amarrar o paiá da boa fé, é de São Benedito, é de São José”. Os paiás são os guizos atados numa tira de couro, que os participantes prendem nas pernas, um pouco abaixo do joelho.

Na verdade ela não é uma dança, ela é a simulação de uma luta na qual os participantes batem os bastões, como numa luta de espadas. Evoluem e volteiam sobre si e em torno de seus pares, em belíssima cadência e destreza. Trajam vestes brancas, quepe bordado com flores, usam uma fita vermelha cruzada sobre o tronco e ombreiras militares, como uma organização militar - que na verdade são.

É uma representação africana, trazida para o Brasil pelos padres Jesuítas, como forma de converter e catequizar os negros escravos.

O Grupo que se apresenta em Paraty vem da Cidade de Cunha (São Paulo) para participar desta festa. A quem muito agradecemos.

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O Cateretê ou Fandango

É apresentado pelo Grupo Folclórico de Tarituba, o único lugar em Paraty que preservou e mantém ativa esta dança. Antigamente aqui era conhecido com Xiba, mas recebe o nome de Fandango em outros lugares, como nos estados de São Paulo e Paraná.

Lembra uma dança espanhola por seu frenético ritmo dos tamancos. Evoluem trocando de lugar, os pares e girando em torno de sua dama, sem tocar-lhes. Ao ritmo do sapateado dos homens, as mulheres giram sobre si mesmas, erguendo suas saias rodadas, bem à maneira das danças flamengas, espanholas.

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Texto: Diuner Mello, pesquisador; sócio fundador do Instituto Histórico e Artístico de Paraty (IHAP); Cidadão de Ouro, título concedido pela rede DLIS pela pesquisa realizada sobre o Caminho do Ouro na Estrada Real.

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