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É MANIA DESSA GENTE FALAR QUE O “CARNAVAL” DE PARATY NÃO DÁ! DÁ SIM: BOM DIA, BOA TARDE E BOA NOITE! (Leon)
A decoração do carnaval de Paraty 2023 embarca num tema que salva e guarda nossas memórias, com aquela nostalgia boa que conecta o passado, criando um arquivo de histórias de vida que aumenta o pertencimento ao relembrar pessoas queridas. Esses momentos fazem uma conexão que ultrapassa as gerações, associados a momentos de felicidade vivenciados em diferentes anos, marcados pelos enredos das escolas de samba Vila de Paraty, União da Ilha, Unidos do Bandeirantes e Acadêmicos do Patitiba, pelas alegorias e composições dos nossos grandes mestres. Ah, os nossos mestres também estão presentes neste projeto com suas poesias escritas em estandartes, com as letras de músicas em ritmo de samba que estão no DNA do nosso carnaval. Nessa cadência, a cidade Patrimônio Mundial traz uma Exposição Urbana de um acervo fotográfico cedido pelas famílias e fotógrafos de Paraty, por todo o percurso da Avenida Roberto Silveira, principal via de acesso do município.

No carnaval paratiense, a MÁSCARA é um dos elementos mais marcantes, presentes em diferentes momentos. O ofício de fazer máscaras de papel machê e papietagem - camadas de papel coladas com cola de trigo sobre forma de barro - está na originalidade do nosso carnaval e ainda é transmitido por gerações. Quando se fala em máscaras de Paraty, logo vem a lembrança de Mestres como Natalino Silva, Biba, Jubileu, Lucio Cruz, Nelsinho Diniz, Geninho Marques, entre outros, que registram um estilo próprio em suas obras. Neste ano, em projeto coordenado pelo artista visual e servidor da Secretaria de Cultura João Paulo Alcântara, 80 máscaras de 40x30cm estarão espalhadas pelas ruas de Paraty, trazendo essa referência com traços e pinturas característicos que traduzem a arte do saudoso Mestre Natalino Silva. Uma edição de maior tamanho também estará presente na decoração: são as 30 máscaras produzidas pela família Cananéa, também utilizando a técnica de papietagem, e que ganhou novas cores pelas mãos das crianças e moradores das comunidades da cidade, durante as atividades do “Programa Cultura e Educação nas Férias”, ação da Prefeitura de Paraty por meio das Secretarias de Cultura e de Educação, que levou uma série de oficinas aos bairros do Condado, Pantanal, Ilha das Cobras, Mangueira, Ribeirinho e Barra Grande. Nosso objetivo com essa ação foi aproximar as comunidades dessa técnica que é nosso patrimônio imaterial, estimular interesse e salvaguardar as diferentes vertentes dessa técnica que foram desenvolvidas pelos nossos mestres.

Outro elemento significativo do nosso carnaval são grandes figuras presentes para adornar a nossa FESTA. Aliás, estes foliões são os anfitriões, que convidam a todos para seguir em cortejo pelas ruas, cantando, sambando, foliando, “festando”: são os tradicionais bonecões do nosso carnaval. Eles aparecem todo ano para receber quem vem de fora e cuidar dos que são daqui, ficam de olho em tudo e só voltam para casa na quarta feira de cinzas. Para o carnaval de 2023, a Prefeitura de Paraty contratou os bonecões do Bloco Arrastão do Jabaquara para os cortejos e bonecões que estarão nos portais das principais ruas onde a festa acontece da família Cananéa. O artista visual de Paraty Davi Cananéa, que herdou sua relação com a arte de seu avô João José Silva e seu pai Jubileu, traz pela primeira vez uma adaptação no fazer desses bonecões. De acordo com Davi, em vez de bambu em sua estrutura de sustentação, parte do material utilizado foram tubos de PVC reciclados e fibra de vidro, que junto ao papel machê e ao papelão proporcionaram uma anatomia mais ousada e maleável aos cerca de 10 bonecos produzidos para este ano.

Em Paraty tudo se entrelaça: a serra e o mar, a praça e o cais, a noite e o dia. Tudo exala cultura e biodiversidade, tudo exalta nosso modo de vida tão peculiar. Assim, elementos artesanais como as 90 peneiras confeccionadas em taquara das comunidades tradicionais caiçaras, quilombolas e indígenas serão utilizadas como adornos, as mesmas peneiras que ainda são presentes e utilizadas como utensílio nas cozinhas criativas de Paraty. Isso mostra que passado e presente também se entrelaçam por aqui. O Mar está representado pelos 360 peixinhos de taboa, produzidos pelos artesãos do Quilombo do Campinho. Será por que o mar não tem fim ou por que o fim da terra é o começo do mar? A resposta é que essa história não termina por aqui e continuará em outros carnavais, pois como dizia nosso saudoso Poeta José Kléber em uma de suas composições: Quem disse que o carnaval morreu?
ACERVO FOTOGRÁFICO
Aricléa Marques
Elaine Toledo
Jandaia
Leônidas Passos
Celi Ribeiro
Maria de Fátima Prado (Fatinha)
Maria Isabel Pauferro (Bebel)
Marli Cardoso Barros
Paulo Flores Vidal
Regina Goulart
Rosana Ribeiro Gonçalves
Viviane Cruz
Zenilda Pinto
Augusto Cézar
Diuner Mello
Família Souza
Guido Nietman
Luciana Serra
Lucineide França
Mariana Vergara – Acervo Edital Cultura Viva (LAB)
Prefeitura de Paraty
Secretaria de Cultura
DECORAÇÃO
PEIXINHOS DE TABOA (Quilombo do Campinho da Independência)
Dilma Bento dos Santos
Andreza dos Santos
Berenice Brasilice
MÁSCARAS
João Paulo Alcântara e Leonardo Santos Silva
Instrutores e alunos do Programa Cultura e Educação
BONECÕES
Família Cananéa
PENEIRAS
Margarida e Ismael (Família Conceição Martins - Campinho)
ARTE DOS ESTANDARTES DOS BLOCOS
Jota Cláudio
COMPOSITORES DAS MÚSICAS DOS ESTANDARTES
Arimatea Martins
Bororó
Diquinho
Dito Do Atelier
Felipe Guaraná
João da Baiaia
José Carlos Grilo
José Kleber
Leontino Moreira
Luiz Manoel
Mari Galvão
Raphael Moreira
Rico Luz
Vicente, Victória e Viviane Cruz
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO CARNAVAL 2023:

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