ARTESANATO DE PARATY RECEBE PRÊMIO DA ALERJ E ARTESÃOS FAZEM INTERCÂMBIO CULTURAL

Antes da premiação na Assembleia Legislativa, grupo paratiense visitou o Museu do Artesanato do Estado, a escola técnica FAETERJ e o CRAB no centro carioca

A noite de terça-feira, 8, na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) foi dedicada à instituições e pessoas ligadas ao setor cultural. Dentre os 109 agraciados com o Diploma Heloneida Studart 2023, o 'Programa de Produção Artesanal' de Paraty foi reconhecido pela atuação de salvaguarda das expressões culturais e artísticas por meio do artesanato.

A cerimônia foi mediada pela deputada e presidente da Comissão de Cultura da Alerj, Verônica Lima (PT-RJ), que destacou o número recorde de premiados e a importância das políticas de incentivo cultural.

Para representar o coletivo ganhador, a coordenadora Marcilene de Paula foi escolhida para receber o certificado de premiação na tribuna. "É um passo importante para que o Programa se torne uma ação de política pública permanente para o município, sendo uma ferramenta de valorização da cultura da artesania e seus saberes que atravessam gerações", afirmou.

Os demais artesãos e os secretários municipais assistiram a entrega na galeria da Alerj. O 'Programa de Produção Artesanal' é uma iniciativa da Prefeitura de Paraty, desenvolvido pela Secretaria de Cultura, através do sistema de inscrição no Cadastro Cultural.

Durante o dia, a comitiva paratiense com 40 participantes, divididos entre servidores e artesãos, conheceu outros três centros culturais. Em Petrópolis visitaram o Museu do Artesanato do Estado do Rio de Janeiro, com a presença do artista visual Cocco Barçante, e a FAETERJ (Faculdade de Educação Tecnológica do Estado), onde a diretora Lucimar Cunha apresentou parte da estrutura da escola técnica e as obras artesanais desenvolvidas com metareciclagem, ou seja, reaproveitamento de peças tecnológicas e lixo eletrônico.

Atual conselheira do setorial de 'Artes Visuais e Artesanato', Elaine Colonezi ressaltou a visita feita ao museu, em Petrópolis, espaço com acervo abrangente e com obras recicladas. "O que eu pude perceber lá é o trabalho de muitas mãos. Tem artesanato com tecido, cerâmica, costura. O que me chamou atenção foi isso: a quantas mãos é feito. Tinham painéis que olhando de longe pareciam sementes, mas chegando perto eram peças de computador. Aprendemos muito sobre sustentabilidade", disse a artesã.

No resumo feito pelo secretário de Cultura Zé Sérgio Barros, que foi acompanhado da adjunta Andrea Maseda, ele disse que a viagem teve função de estimular a produção artesanal e viabilizar oportunidades futuras. "A gente começou a criar esse roteiro de vivências, através do intercâmbio, para que os envolvidos no programa conhecessem outras formas de fazer, outras técnicas, possibilitando com isso o aprimoramento da arte deles. Conseguimos estabelecer parcerias com representantes de todas as instituições que visitamos. E um convite para exposição internacional já foi feito", concluiu.

O itinerário do passeio incluiu a visita ao CRAB (Centro de Referência de Artesanato Brasileiro), dando chance de verem a exposição 'Pará Sentir Fé', que dá ênfase ao artesanato do Estado do Pará e inspirado no Círio de Nazaré. O prédio histórico, localizado no centro do Rio de Janeiro, abriga cerca de 1.700 peças artesanais de todo país. A parceria futura entre a Secretaria de Cultura e o Sebrae visa destacar e expor a produção artesanal criada em Paraty.

Heloneida Studart

O diploma é uma homenagem à escritora, presa política na luta contra a ditadura, feminista, defensora da cultura e parlamentar. Heloneida teve uma vida dedicada à defesa da democracia e dos direitos humanos. O prêmio existe desde 2009 e tem como objetivo reconhecer a atuação cultural de pessoas e instituições do Estado do Rio de Janeiro.

Texto: Matheus Ruffino

Fotografia: Filipe Campos/ SEMUC e Octacílio Barbosa/ ALERJ